Prédios de BH disputam propostas milionárias para instalar painéis de LED, mas obstáculos freiam sonho de uma Times Square mineira

Prédios de BH disputam propostas milionárias para instalar painéis de LED, mas obstáculos freiam sonho de uma Times Square mineira
Imagem: www.pixabay.com
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Belo Horizonte está prestes a ganhar um novo visual no coração do Centro: propostas milionárias para instalar gigantescos painéis de LED estão circulando entre edifícios da Praça Sete. Impulsionada por uma lei que flexibiliza o uso de publicidade luminosa, a capital mineira pode viver uma transformação inspirada na movimentada Times Square, de Nova York — só que, até agora, nenhum projeto avançou por entraves burocráticos e discussões sobre o futuro da cidade.

Se você já imaginou circular pelo Centro de BH e se deparar com fachadas reluzentes, anúncios digitais em alta definição e aquela vibe cosmopolita que só se vê em filmes sobre Nova York, saiba que isso está realmente em pauta. A chamada “Times Square mineira” não só movimenta o mercado imobiliário local, mas também acende debates apaixonados sobre tradição, modernização e o verdadeiro papel do espaço público na vida urbana. Confira os bastidores dessa disputa que coloca tecnologia, história e milhões de reais no centro da conversa.

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Times Square mineira: disputa pelo protagonismo na Praça Sete

A recente lei que autoriza painéis de LED nas esquinas mais simbólicas de BH balançou as estruturas do Centro — e não falo só das paredes dos prédios. Empresas especializadas em publicidade digital, enxergando um potencial astronômico no fluxo de milhares de pessoas diárias, entraram em contato com síndicos e administradores oferecendo verdadeiras fortunas. Teve proposta de aluguel de fachada batendo na casa dos R$ 7,5 milhões mensais, sem contar percentuais sobre faturamento e até compensações para as salas comerciais que perderiam a vista.

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Só que transformar a Praça Sete numa “mini Nova York” não é tão simples. É aí que entra o embate envolvendo arquitetos, urbanistas, lojistas, prefeitura e órgãos de preservação do patrimônio. Se para uns a novidade é sinônimo de revitalização e mais movimento econômico, para outros é sinônimo de poluição visual, ameaça cultural e descaracterização de um dos cenários mais icônicos da cidade.

Painéis de LED em BH: milhões em jogo e projetos travados

Ainda que a legislação tenha aberto caminho, das três propostas enviadas oficialmente para instalar painéis de LED na Praça Sete, nenhuma saiu do papel. Os pedidos esbarraram na falta de documentos essenciais, entre eles a autorização de órgãos ligados ao patrimônio histórico. Como muitas das fachadas são tombadas pelo município ou pelo estado, qualquer intervenção exige o aval do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural e do Instituto Estadual responsável pelo tema. Resultado: por enquanto, a tão comentada Times Square mineira ainda é só uma ideia guardada na gaveta.

Enquanto isso, a mobilização não para. Bastidores fervem com reuniões de representantes dos prédios, empresas e prefeitura, todos de olho tanto nas oportunidades quanto nos riscos. Tem prédio com painel de LED já comprado de 35 metros de largura armazenado, faltando apenas o “libera geral” para instalar. A especulação fez até mesmo o valor das salas comerciais da região subir, numa expectativa de novos ventos para o comércio no Centro.

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Entenda as regras para a Times Square mineira sair do papel

A chamada Lei 11.828/2025 detalha como a Times Square mineira pode acontecer na prática. Ela estipula várias exigências técnicas para os painéis: altura variável de 3 a 40 metros, ocupando no máximo 30% da superfície da fachada, espessura limitada a 1,70m e, claro, aprovação dos órgãos de patrimônio para prédios protegidos. Uma curiosidade interessante: os painéis precisam reservar uma hora diária para divulgação de conteúdo da Prefeitura, segmentado em inserções de 30 segundos ao longo do dia.

Outro ponto polêmico: por ora, esse privilégio é exclusivo da Praça Sete, reforçando seu status de protagonista urbanístico. E há regras para garantir que o brilho das luzes não comprometa trânsito, circulação de pedestres ou o que ainda resta dos traços originais da região.

Entre tradição e modernidade: a escolha de BH

Transformar o Centro em uma espécie de Times Square mineira mexe não só no bolso do empresariado, mas também no imaginário coletivo de quem vive a cidade. Comerciantes veem com bons olhos a chance de dinamizar o fluxo de consumidores, enquanto urbanistas e defensores da memória local seguem cautelosos. Alguns prédios já organizaram reuniões de condomínio e criaram comissões específicas para discutir as oportunidades e os riscos de embarcar nessa transformação.

No fim das contas, BH está diante de uma encruzilhada típica de grandes cidades: preservar o passado ou abraçar de vez a modernidade? Até agora, nenhum painel acendeu, mas o movimento para que essa “ilha digital” aconteça segue firme, deixando claro que o debate sobre o uso inteligente e criativo do espaço urbano está mais vivo do que nunca.

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Fonte: G1

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