Inteligência artificial revela novos indícios sobre causas de acidentes de trânsito

Inteligência artificial revela novos indícios sobre causas de acidentes de trânsito
Imagem: IA - SB em Revista
Anuncio
Pesquisadores paranaenses estão utilizando inteligência artificial para desvendar fatores e padrões que influenciam a ocorrência e a gravidade de acidentes de trânsito nas rodovias do estado. A partir da análise de extensos bancos de dados, levantados ao longo de duas décadas, a equipe identificou variáveis que podem ser decisivas para a prevenção de sinistros e o desenvolvimento de soluções mais eficazes para garantir a segurança de motoristas e pedestres.

A tecnologia está cada vez mais presente nas iniciativas que buscam tornar nossas cidades mais seguras e humanas. O estudo mostra como a inovação não é apenas uma aliada do futuro, mas uma ferramenta indispensável para salvar vidas no trânsito agora. Com o auxílio da inteligência artificial, é possível compreender melhor as causas dos acidentes e traçar estratégias de proteção para todos que utilizam as vias brasileiras.

Como a IA decifrou padrões em acidentes nas rodovias do Paraná

Na busca por entender a dinâmica dos acidentes, a equipe formada por estudiosos da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) investiu em modelos de mineração de dados e técnicas de inteligência artificial. O trabalho foi realizado com informações fornecidas pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR), abrangendo dois períodos distintos: de 2004 a 2013 e de 2019 a 2024.

Anuncio

Ao cruzar dados sobre características das vias, condições ambientais e registros de acidentes, o sistema de inteligência artificial conseguiu classificar riscos com taxas de precisão impressionantes, chegando a mais de 94% de acerto no primeiro recorte e variando entre 86% e 89% no segundo.

Os principais fatores de risco apontados pela inteligência artificial

Entre os padrões descobertos, um dos mais contundentes associa a presença de áreas urbanas próximas às rodovias ao risco quase dobrado de acidentes. Ou seja, circular em trechos urbanos de estradas é cerca de 90% mais perigoso. Outros aspectos ligados à frequência de sinistros incluem faixas adicionais, curvas sinuosas, sinalização de ultrapassagem por linhas tracejadas e até mesmo acostamentos. Quando a via tem iluminação inadequada, o perigo aumenta ainda mais.

No que diz respeito à gravidade dos acidentes, os vilões permanecem: além do perímetro urbano e da sinuosidade da estrada, a baixa luminosidade, áreas permitidas para ultrapassagem e limites de velocidade elevados são fatores que elevam a chance de tragédias.

Anuncio

Tecnologias e métodos que preveem e evitam tragédias

O diferencial do estudo está no uso do CBA (Classification Based on Associations), um software avançado capaz de criar regras de reconhecimento de padrões a partir de informações como tipo de via, luminosidade, clima e presença de áreas urbanas. O algoritmo foi alimentado não só com os números frios dos acidentes, mas também com dados detalhados sobre quem utiliza as estradas, infraestrutura e os diferentes modais de transporte.

Essas descobertas não ficam apenas no papel. São indispensáveis para que gestores públicos possam identificar pontos críticos e planejar melhorias efetivas: desde a instalação de lombadas e radares, até a implantação de contornos urbanos, passarelas em desnível, reforço da sinalização vertical e controles semafóricos inteligentes.

Segundo o doutorando Gabriel Troyan Rodrigues, da PUCPR, a ideia é transformar estatísticas em ação: “Ao revelar padrões escondidos por trás dos acidentes, podemos orientar políticas que sejam de fato adaptadas à realidade de cada trecho, reduzindo a quantidade e a gravidade dos casos”.

Por que o tema exige atenção urgente

Os dados da Organização Mundial da Saúde são alarmantes: cerca de 3,5 mil pessoas perdem a vida, todos os dias, no trânsito em todo o planeta. Só no Brasil, a Polícia Rodoviária Federal identificou mais de seis mil mortes em rodovias federais no ano de 2024. Nesse cenário, o uso da inteligência artificial surge como luz no fim do túnel para conter uma tragédia que afeta milhares de famílias.

O professor Fabio Teodoro de Souza reforça que a mineração de dados representa um divisor de águas: “Com essas ferramentas, conseguimos antecipar riscos e propor intervenções baseadas em evidências sólidas, tornando as políticas públicas muito mais efetivas”.

Continue navegando pelo portal para conferir outros temas que conectam tecnologia, cidadania e segurança no cotidiano das pessoas!

Fonte: Agência Brasil

Anuncio

SB em Revista

O melhor conteúdo da web você encontra aqui!